O transporte público do Distrito Federal acaba de completar um ano operando com o sistema de pagamento totalmente digital. Desde julho de 2023, a tradicional cena de passageiros pagando a passagem com dinheiro nos coletivos praticamente desapareceu. Atualmente, menos de 2% das viagens são quitadas em espécie, segundo dados oficiais.
A mudança começou de forma gradual, há exatamente um ano, em 1º de julho, quando as primeiras 52 linhas receberam o novo sistema — o que representava apenas 5,6% da frota total. Em pouco mais de cinco meses, o modelo foi ampliado para os 931 trajetos que compõem o transporte coletivo da capital.
De lá para cá, o uso de cartões, celulares e outros dispositivos por aproximação se consolidou como o principal meio de acesso aos ônibus e terminais. Dos mais de 1,4 milhão de embarques registrados diariamente, cerca de 70% já são pagos dessa forma.
O Cartão Mobilidade, criado especialmente para o transporte do DF, lidera os números e representa mais de 37% dos acessos diários, considerando também os beneficiários de gratuidades. Já o Vale-Transporte responde por 22%, enquanto os pagamentos com cartões bancários por aproximação (modelo EMV) somam 9%.
Entre as gratuidades, o Cartão Estudante é o mais utilizado, com 18% dos acessos. Em seguida vêm o Cartão Especial (6,4%), o Cartão Sênior (4,4%) e o Cartão Criança, com menos de 1%.
Tecnologia a favor da mobilidade
De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves, o sistema de bilhetagem digital faz parte de um conjunto de medidas para tornar o transporte público mais eficiente. “Essa modernização trouxe mais agilidade, conforto e segurança para quem utiliza os ônibus todos os dias. Além disso, estamos investindo na renovação da frota, com veículos mais modernos e menos poluentes, e em ferramentas como o Centro de Supervisão de Operações, que monitora o sistema em tempo real”, explica.
Outro reflexo da digitalização é o crescimento na emissão do Cartão Mobilidade. Segundo o BRB Mobilidade, responsável pela bilhetagem, o número de cartões em circulação saltou 47% desde o início da mudança, passando de cerca de 491 mil para mais de 723 mil unidades entre julho de 2023 e maio deste ano.
As recargas também ficaram mais práticas. Atualmente, mais da metade dos créditos são adicionados via Pix, o que agiliza o processo. Ainda assim, quem prefere pagar em dinheiro conta com mais de 200 pontos de atendimento espalhados por todo o DF, além de 70 locais exclusivos para emissão do Cartão Mobilidade ou solicitação de segunda via.
A expectativa agora é ampliar ainda mais os recursos tecnológicos disponíveis para os passageiros, incluindo um aplicativo que permitirá acompanhar horários, trajetos e a localização dos veículos em tempo real.