Moradores do Riacho Fundo se mobilizam em ação ambiental no Parque Ecológico

Projeto Reconecta levou moradores ao Parque Ecológico para atividades de educação ambiental e alerta sobre preservação

Moradores do Riacho Fundo participaram, neste sábado (28), de uma atividade dedicada ao meio ambiente no Parque Ecológico da região. O evento, chamado Reconecta Riacho Fundo, levou a comunidade para dentro da unidade de conservação com o objetivo de promover educação ambiental, estimular o contato com o Cerrado e discutir a importância da preservação dos espaços naturais. A ação é resultado da parceria entre o Instituto Brasília Ambiental e o Centro de Educação e Cooperação Socioambiental (Cecsa-DF), criado em 2023 a partir de um edital do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Durante o encontro, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, ressaltou que o envolvimento da população é essencial para a construção de políticas ambientais eficazes e para garantir a qualidade de vida no DF. Segundo ela, iniciativas como o Reconecta contribuem para que as pessoas conheçam melhor o território onde vivem e, assim, se sintam parte das soluções para os desafios ambientais. “Quando a gente entende o valor do Cerrado e da natureza que nos cerca, fica mais fácil perceber que o futuro só será possível com o cuidado coletivo”, afirmou Celina.

O presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer, também destacou que a preservação das unidades de conservação do DF só é possível com a participação ativa da população. Segundo ele, o Cerrado é um dos biomas mais importantes e, ao mesmo tempo, mais ameaçados do país, o que torna ainda mais necessário o trabalho conjunto entre governo e sociedade. “As portas dos nossos parques estão abertas para que as pessoas possam conhecer, se conectar com a natureza e ajudar na conservação. Precisamos do apoio e do carinho de todos para manter o Cerrado vivo”, afirmou.

A programação começou com uma palestra da gestora ambiental e consultora Anna Ricarda, que apresentou reflexões sobre o uso dos espaços naturais, o impacto das ações humanas no meio ambiente e o processo de antropização, que é quando a natureza passa por mudanças provocadas pela atividade humana. Em seguida, os participantes percorreram uma trilha ecológica guiada pela técnica em controle ambiental Lorena Costa. Durante o percurso, o grupo aprendeu sobre as características do solo do Cerrado, observou as espécies nativas e conheceu a nascente do córrego Buriti. Lorena também reforçou o cuidado com o descarte de lixo e a preservação do parque. “Ver o parque limpo é resultado do esforço coletivo. Cada pessoa que vem aqui tem o dever de manter esse cuidado e recolher o que trouxer”, destacou.

Além da trilha, os visitantes participaram de uma oficina prática sobre separação e descarte correto de resíduos sólidos. A programação incluiu ainda uma visita ao viveiro de mudas e à área de agrofloresta do parque, onde os agentes de unidade de conservação Jeovane Oliveira e Celso Macedo alertaram sobre os riscos das queimadas, especialmente neste período de estiagem. Segundo Celso, o Cerrado é extremamente vulnerável ao fogo e a atenção deve ser redobrada. “Basta uma faísca para o fogo se espalhar e comprometer tudo que a natureza levou anos para construir. Cada um precisa fazer a sua parte para evitar esse tipo de dano”, ressaltou.

O Reconecta é parte de uma ação nacional promovida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima que conecta centros de educação ambiental em seis estados brasileiros. O objetivo é ampliar o debate, aproximar a população dos territórios e criar redes de cooperação para fortalecer as políticas públicas de preservação e sustentabilidade. No DF, o projeto tem se consolidado como um espaço de diálogo e aprendizado, mostrando que o caminho para proteger o Cerrado passa pelo envolvimento direto da comunidade.

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