Na noite da última quarta-feira (4), representantes do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) estiveram na Ponte JK para acompanhar de perto as obras de reforma da estrutura, um dos principais cartões-postais da capital federal. A visita contou com a presença do conselheiro Renato Rainha, responsável pela relatoria do processo fiscalizatório, além de auditores do órgão, o presidente da Novacap, Fernando Leite, engenheiros da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e da empresa contratada para os serviços.
A vistoria teve início às 21h, no começo do turno noturno, estratégia adotada para minimizar os transtornos no trânsito local. Durante a inspeção, a equipe técnica acompanhou a instalação das novas juntas de dilatação — componentes fundamentais para a segurança e durabilidade da ponte. Importadas da Itália, as juntas foram projetadas para substituir as originais, oferecendo maior resistência e vida útil.
Esses dispositivos têm a função de absorver as movimentações naturais da ponte, provocadas por variações térmicas, peso dos veículos, vibrações e até deslocamentos do solo. “Garantir a integridade estrutural da Ponte JK é essencial para preservar a segurança dos usuários e a vida útil dessa importante obra da cidade”, ressaltou o conselheiro Renato Rainha.
A substituição das juntas representa apenas a primeira fase de um projeto de recuperação mais abrangente. O contrato inclui ainda a restauração dos 12 blocos e pilares de sustentação, a troca dos cabos que sustentam a estrutura e a aplicação de pintura anticorrosiva para aumentar a proteção contra o desgaste causado pelo tempo e pelo clima.
Fernando Leite, presidente da Novacap, explicou a complexidade do trabalho: “Por ser uma estrutura sofisticada, a obra está dividida em etapas para garantir a execução com qualidade e segurança.”
O TCDF acompanha rigorosamente todas as etapas da licitação e execução das obras desde o início do processo. Em março, o conselheiro Renato Rainha e sua equipe reuniram-se com representantes da Novacap para discutir detalhes do edital, entre eles matriz de riscos, orçamento, garantias contratuais e estratégias para minimizar os impactos no trânsito.
Um dos pontos de atenção destacados pelo Tribunal foram as juntas de dilatação, que passaram por substituição parcial entre 2020 e 2021. Como resposta, a Novacap adotou critérios mais rigorosos para o desempenho e garantias das juntas, bem como para os cabos e a pintura anticorrosiva, reforçando o compromisso com a durabilidade da estrutura.
Outro aspecto fiscalizado é o estado dos blocos de sustentação, que em inspeções anteriores apresentaram fissuras e sinais de deterioração do concreto devido à ação da água. Para garantir a segurança, o contrato inclui a realização de modelagem estrutural em 3D, testes técnicos e o uso de equipamentos avançados, como o microscópio eletrônico de varredura, para uma avaliação precisa da condição dos pilares.
De acordo com a Novacap, as intervenções seguem dentro do cronograma previsto, sendo realizadas durante o período noturno ao longo da semana. O trânsito na ponte é mantido por meio de interdições alternadas em faixas, evitando bloqueios totais e reduzindo os impactos na mobilidade urbana.