Em uma ação inédita e de grande relevância social, o Distrito Federal promoveu, entre os dias 18 e 25 de maio, uma ampla operação de acolhimento à população em situação de rua, alcançando 50 pessoas em 21 pontos distintos do Plano Piloto, Taguatinga e Ceilândia. Mais do que uma intervenção pontual, o plano representa um compromisso concreto de reconstrução da cidadania e respeito à dignidade humana.
Com o apoio de 12 caminhões para remoção de estruturas improvisadas, as equipes percorreram locais que antes eram dominados por acampamentos precários e clandestinos, retirando mais de 40 dessas instalações e devolvendo aos espaços públicos o direito ao uso coletivo, em um equilíbrio entre ordenamento urbano e cuidado social.
No coração da capital, áreas como 908 Norte, 216 Norte, 207 Sul e o Setor Hoteleiro Norte foram palco das intervenções. Em Ceilândia, os esforços concentraram-se na QNN 30, QNP 12/16, CNM 1, QNN 11 e arredores do Restaurante Comunitário, enquanto em Taguatinga a ação alcançou a QNG, o Parque do Cortado e a Área Especial da CNC.
Gustavo Rocha, secretário da Casa Civil do DF, afirmou com convicção: “Esta iniciativa é resultado de um esforço coordenado e humanizado que ultrapassa a mera organização do espaço urbano. Nosso compromisso é garantir que cada pessoa em situação de rua receba atendimento digno, com acesso a serviços essenciais como saúde, educação e assistência social. São vidas que precisam de oportunidades reais para recomeçar.”
A operação reuniu profissionais de diversas secretarias e órgãos — Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Segurança Pública, DF Legal, Novacap, Codhab, Detran, polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Conselho Tutelar — traduzindo o caráter intersetorial e multidisciplinar da ação.
Além da remoção dos acampamentos, os moradores em situação de rua receberam atendimento médico, suporte psicossocial, orientação para cuidados com animais domésticos, auxílio financeiro emergencial de R$ 600 para aluguel e transporte interestadual, além de vagas em abrigos e acesso a programas de qualificação profissional, como o RenovaDF, e cadastro para moradia popular.
Pioneiro no país, o Distrito Federal foi a primeira unidade da federação a apresentar um plano público para a população em situação de rua após a decisão do Supremo Tribunal Federal que suspendeu as ações compulsórias no ano anterior. O trabalho começou com uma fase piloto em maio, na Asa Sul e Taguatinga, e se consolidou com essa operação ampliada e estruturada.
Mais do que números, o plano representa a retomada da esperança para pessoas que enfrentam diariamente a marginalização e a exclusão social. É uma prova de que políticas públicas podem ser feitas com humanidade e eficiência, colocando o ser humano no centro das prioridades.
A mensagem do governo do Distrito Federal é clara: não se trata apenas de recuperar espaços, mas de recuperar vidas.