O Aeroporto Internacional de Brasília teve clima de comemoração na manhã do último domingo (7). Depois de três meses vivendo no Reino Unido, 19 estudantes da rede pública do Distrito Federal voltaram para casa, encerrando a primeira edição do programa de intercâmbio Pontes para o Mundo. Entre abraços, flores e cartazes, familiares acompanharam de perto o reencontro, ao lado da secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá.
Uma das participantes foi Maria Fernanda Caldeira, 17 anos, aluna do NPTC Group of Colleges, apaixonada por dança. A jovem descreveu a temporada no exterior como um período de descobertas, e, apesar da saudade, de muitas conquistas pessoais. “Lá parecia que o tempo andava mais devagar, talvez pela distância de casa. Mas agora percebo como passou rápido. Fiz amizades lindas, principalmente nas aulas de dança, e minha host family me recebeu com leveza e bom humor. Criamos uma rotina tão acolhedora que fez toda a diferença. Levo essa experiência comigo para sempre”, contou.
A mãe da estudante, Luciana Caldeira, acompanhou tudo de longe, com o coração dividido entre saudade e tranquilidade. “A Maria Fernanda viaja muito por causa da dança, então já temos um pouco de experiência em lidar com a distância. Conversávamos quase todos os dias por vídeo. Ver o quanto ela estava feliz lá fora me deixava em paz. Se dependesse de mim, ela embarcava de novo amanhã. Apoio de olhos fechados”, afirmou.
Pais orgulhosos e estudantes transformados
A movimentação no saguão do aeroporto também teve a presença de Jairo Santos, pai de Ana Clara, 16 anos. Ele acompanhou a rotina da filha durante os três meses que ela passou na Inglaterra. “No início, a preocupação de pai fala mais alto. É difícil não imaginar o que pode acontecer tão longe. Mas era o sonho dela, e sonho a gente respeita. Ela se preparou, conquistou a vaga pelo esforço dela e voltou muito mais madura. Até quando ficou doente, soube se virar. Tenho orgulho demais”, disse.
Outro participante, Igor Pereira dos Santos, 17 anos, viveu o intercâmbio no País de Gales. Para ele, a vivência representou uma mudança profunda na forma de enxergar o mundo. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Minha host family me tratou como parte da casa e me fez ver a vida com outra perspectiva. Também aprendi muito na escola, com métodos de ensino diferentes e desafios que me motivaram. Quero muito voltar para continuar estudando lá. Abriu portas que eu nem imaginava”, relatou.
Encerramento da primeira edição e planos de expansão
Para a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, o desembarque da última turma marca um momento especial para a rede pública. “A chegada desse grupo encerra um ciclo muito vitorioso. Ouvir cada estudante e perceber como essa vivência transformou suas trajetórias mostra que o programa vale a pena. É gratificante”, afirmou.
Ela também antecipou os próximos passos da iniciativa. “O Pontes para o Mundo é um sucesso absoluto. Estamos trabalhando para ampliar o número de participantes em 2026. A meta é saltar dos atuais 101 para 400 estudantes, e expandir os destinos para países como Espanha, Canadá e Japão. No ano que vem, vamos apresentar todos os detalhes. Será incrível”, adiantou.
Sobre o programa
Criado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), o Pontes para o Mundo oferece a alunos da rede pública a oportunidade de vivência internacional. A primeira edição ocorreu entre setembro e dezembro de 2025, com estudantes distribuídos em diferentes colleges do Reino Unido — na Inglaterra, no País de Gales e na Escócia. Para tornar o projeto permanente, a SEEDF deve encaminhar um projeto de lei à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
